Transitar para a alimentação direta na mama – Intervenções de transição para a alimentação na mama
Oferecer aos bebés na UCI neonatal oportunidades de receber estímulos durante a sucção não nutritiva na mama ajuda-os a progredir da alimentação entérica para a amamentação. A transferência eficaz de leite durante a amamentação é o objetivo final das intervenções em aleitamento, pelo que é necessário implementar medidas exatas de transferência de leite para garantir que isto é conseguido.
O que é a transição para a alimentação direta na mama?
A transição para a alimentação direta na mama é definida como a progressão da alimentação entérica para a transferência efetiva de leite diretamente da mama.
Muitos bebés na UCI neonatal não conseguem mamar logo depois do nascimento devido à idade gestacional, à imaturidade, às morbilidades neonatais associadas e às condições médicas.
A transição da alimentação entérica começa cedo com os cuidados de pele com pele com a mãe e proporciona ao bebé oportunidades para1-3
- Sucção não nutritiva (SNN)
- Estímulos sensoriais orais na mama
- Progressão para a sucção nutritiva (SN)
- Aprendizagem gradual da dinâmica de sucção da amamentação
Por que razão é importante a transição para a alimentação direta na mama?
As experiências positivas de amamentação na UCI neonatal são o alicerce para a continuação do êxito após a alta.4
Para os bebés prematuros que têm a sua primeira experiência de alimentação oral diretamente na mama a duração das alimentações com leite materno durante o internamento na UCI neonatal é mais prolongada.5
A SNN na mama melhora a transição para a amamentação para fins nutritivos e está associada a uma duração mais longa da amamentação.2 A monitorização das experiências na mama (SNN e SN) e os volumes de transferência de leite permitem
- às mães observar as pistas de alimentação do seu bebé e iniciar as sessões de alimentação na mama
- a avaliação exata da transferência de leite através do teste do peso pré e pós-amamentação.6,7
Estas práticas apoiam o progresso para a alimentação exclusiva diretamente na mama.
Para mais informação, veja 'Test weighing of breastfeeding premature and medically complex infants' de Barbara Haase PhD, MSN, CPNP-PC, IBCLC.
Como otimizar a transição para a alimentação direta na mama
Inicie e monitorize eficazmente a produção de leite da mãe para avaliar o atingir do volume (volumes diários ≥500 ml/dia)
- Promova a SNN regular e a progressão para a SN logo que seja fisiologicamente adequado
- Documente os eventos de SNN e SN como prática padrão
- Promova os cuidados de pele com pele com a mãe durante >1 hora de cada vez
- Recomende o teste do peso como uma forma validada de medir os volumes de transferência de leite durante a alimentação na mama
- Registe o volume de leite real ingerido durante a amamentação
- Adapte e suplementação de acordo com a ingestão de leite
- Promova a transição do bebé na UCI neonatal para sessões de alimentação completas antes da alta
- Capacite e tranquilize as mães para terem confiança nas capacidades de amamentação e de satisfação das necessidades nutricionais do seu bebé
- Disponibilize um plano individual para após a alta para apoiar as mães que possam precisar de continuar a extrair leite para manter a produção.
Como monitorizar a transição para a alimentação direta na mama
Recolha dados sobre a frequência da sucção não nutritiva e a qualidade da sucção nutritiva (transferência do volume de leite).
Faça uma monitorização e avaliação mensal dos dados para medir
- A percentagem de bebés que realiza a sua primeira alimentação oral na mama.
- A percentagem de alimentações na mama com transferência de leite validada pelo teste do peso.
- A percentagem de bebés amamentados ≥ uma vez por dia durante os 7 dias antes da alta e ≥ 6 vezes por dia durante as 48 horas antes da alta.
Faça uma auditoria mensal dos registos para rever o progresso e identificar e fazer face aos desafios para melhorar a transição para a alimentação direta na mama
1 Meier PP et al. Evidence-based methods that promote human milk feeding of preterm infants: An expert review. Clin Perinatol. 2017; 44(1):1–22.
2 Narayanan I et al. Sucking on the 'emptied' breast: non-nutritive sucking with a difference. Arch Dis Child. 1991; 66(2):241–244.
3 Spatz DL. Innovations in the provision of human milk and breastfeeding for infants requiring intensive care. J Obstet Gynecol Neonatal Nurs. 2012; 41(1):138–143.
4 Briere C-E et al. Direct-breastfeeding in the neonatal intensive care unit and breastfeeding duration for premature infants. Appl Nurs Res. 2016; 32:47–51.
5 Pineda R. Direct breast-feeding in the neonatal intensive care unit: is it important? J Perinatol. 2011; 31(8):540–545.
6 Haase B et al. The development of an accurate test weighing technique for preterm and high-risk hospitalized infants. Breastfeed Med. 2009; 4(3):151–156.
7 Hurst NM et al. Mothers performing in-home measurement of milk intake during breastfeeding of their preterm infants: maternal reactions and feeding outcomes. J Hum Lact. 2004; 20(2):178–187.